Alcatraz já foi a prisão mais segura do planeta. Fugir de lá foi considerado impossível. Pelo menos 36 detentos tentaram escapar no passado, mas nenhum sobreviveu. Tudo isso mudou um dia em junho de 1962. Um grupo de três homens mergulhou nas águas turbulentas da Baía de São Francisco para escapar da prisão apelidada como “A Rocha”.
Seus destinos eram desconhecidos até que, muitos anos depois, a polícia recebeu uma misteriosa carta em janeiro de 2018 que mudou tudo e forçou o FBI a reabrir sua investigação. Continue lendo para saber mais sobre a incrível “Fuga de Alcatraz” e o que realmente aconteceu àqueles que conseguiram escapar.
1. John Anglin ressurgiu
Era um dia de trabalho como qualquer outro quando a Polícia de São Francisco, nos Estados Unidos, recebeu uma de suas cartas mais chocantes. A carta dizia: “Meu nome é John Anglin… Eu escapei de Alcatraz em junho de 1962 com meu irmão Clarence e Frank Morris”.
O caso da fuga de Alcatraz é um dos mais famosos mistérios não-resolvidos da história norte-americana. As autoridades na época disseram que esses três homens mencionados morreram nas águas geladas, na noite da fuga. Mas será que isso foi uma mentira? Seria carta era verdadeira? Havia um motivo secreto para tudo isso?
2. A carta que mudou tudo
O caso dos fugitivos de Alcatraz tem intrigado todos os níveis de justiça há décadas. Mas de repente, o escritor disse que finalmente poderia revelar o que realmente aconteceu naquela noite fatídica. Será que ele é realmente digno de confiança?
A carta em questão foi recebida pelo Departamento de Polícia de São Francisco em 2013, mas foi mantida em segredo durante anos. Não se sabe por que foi mantida em sigilo por tanto tempo, mas aparentemente havia informações suficientes para que o FBI reabrisse sua investigação em janeiro de 2018. O que havia de tão especial nisso?
3. A fuga inimaginável
Alcatraz foi a prisão mais segura do planeta até seu fechamento, em 1963. A prisão de segurança máxima foi projetada para manter os piores criminosos fora de contato com o resto da sociedade.
Muitos dos prisioneiros de Alcatraz tentaram fugir e falharam durante os 29 anos em que ela serviu como prisão de segurança máxima. Como esses três homens foram capazes de fugir de Alcatraz de uma forma tão excepcional, que conseguiram passar por todos os níveis de segurança mais difíceis?
4. O Plano
Muitos dos prisioneiros de Alcatraz tentaram fugir e falharam durante os 29 anos em que ela serviu como prisão de segurança máxima. Como esses três homens foram capazes de fugir de Alcatraz de uma forma tão excepcional que conseguiram passar por todos os níveis de segurança mais difíceis?
No passado, nenhum dos outros presos havia conseguido executar com sucesso seus planos. Dos detentos que correram o risco, 23 foram pegos, seis foram baleados tentando escapar, dois se afogaram e dois foram simplesmente marcados como “desaparecidos ou supostamente afogados”.
5. O início
Os membros do grupo que planejaram a fuga mais famosa foram os irmãos Anglin – John e Clarence , além da dupla Frank Lee Morris e Allen West. Todos os quatro homens tinham suas celas próximas umas das outras enquanto estavam encarcerados em Alcatraz e tiveram muito tempo para elaborar o plano perfeito para sair.
É conhecido que John e Clarence Anglin conheciam Frank Lee Morris de seu encarceramento em Atlanta. Agora em Alcatraz, o plano exigia que eles reunissem toda a coragem e recursos necessários.
6. Frank Lee Morris
Frank Lee Morris tinha uma mente criminosa e já tinha escapado da prisão antes. Ele era astuto, competente e muito inteligente. Órfão aos 11 anos de idade, mudou-se de lar adotivo para lar adotivo, aprendeu a ser independente e a cuidar de si mesmo.
Mas Morris também foi um causador de problemas, tendo sido condenado pelo seu primeiro crime aos 13 anos de idade. Ele estava destinado à grandeza, mas não da maneira correta. Seu nome entrou para os livros de história como o líder da Grande Fuga de Alcatraz.
7. Não seria sua primeira vez
Como adulto, Frank Lee Morris voltou à prisão várias vezes e em diferentes estados para finalmente cumprir uma pena na Penitenciária Estadual da Louisiana apelidada de “Alcatraz do Sul”. Por mais impressionante que pareça, Morris tinha algo que poderia ser útil para eles.
Frank Lee Morris cumpriu 10 anos por um assalto a um banco e fez o inimaginável: ele escapou! Durante mais de um ano, ele manteve-se escondido na estrada, mas em outro roubo, ele foi pego. Ele foi mandado de volta para a prisão, mas desta vez ele foi preso na verdadeira Alcatraz.
8. Os irmãos
Para uma boa fuga, você precisa de uma equipe. Frank Lee Morris formou esta equipe quando foi encarcerado em Alcatraz, também conhecido como “A Rocha”. Sua equipe era composta por dois irmãos John e Clarence Anglin e um outro homem conhecido como Allen West.
Os irmãos Anglin nasceram na Geórgia, também nos Estados Unidos, e se mudaram com a família para a Flórida para trabalhar. Seus pais eram agricultores sazonais e migravam para onde quer que fossem necessários. Todo mês de junho, toda a família (ao todo 13 crianças) ia para o norte para colher cereja e o que eles aprenderam nessa época foi importante na sua fuga de Alcatraz.
9. Lições para o crime
John e Clarence Anglin aprenderam a ser independentes em uma idade muito jovem, especialmente quando adultos. Quando crianças, sua família ia para o norte na época da colheita da cereja e às vezes eles iam mais para o norte, como no estado de Michigan. Durante essas estações, os irmãos desenvolveram suas habilidades de natação no Lago Michigan, onde eram realmente bons nadadores.
Este talento seria uma grande ajuda para a dupla alguns anos depois. Como adultos, os irmãos Anglin começaram a roubar bancos juntos. Eles foram presos em um assalto a um banco em 1956. Mas isso foi apenas o início das suas aventuras…
10. A formação do grupo
Enquanto encarcerados na Penitenciária de Atlanta, os irmãos Anglin tentaram escapar muitas vezes sem sucesso e foram enviados para Alcatraz, a prisão de segurança máxima. Lá eles conheceram Frank Morris, o cérebro do grupo.
Juntos, com outro preso chamado Allen West, e graças a todas as experiências que já haviam adquirido, o grupo de 4 homens estava pronto para fugir ou pelo menos tentar fugir. A partir dessa formação, eles traçaram seu plano para a fuga impossível da “Rocha”
11. Juntando recursos
Felizmente para a equipe deles, Alcatraz não era apenas uma prisão, era também uma fábrica. Na penitenciária federal, os detentos trabalhavam. A prisão foi de grande utilidade para os militares dos EUA, fabricando móveis, roupas e calçados.
O grupo de quatro criminosos também foi favorecido por um outro fator: eles estavam entre os poucos condenados de Alcatraz encarcerados por crimes não-violentos. Isso significava que eles eram menos vigiados e os guardas, que estavam sempre atentos, lhes davam menos atenção.
12. Os objetos
A quadrilha começou a colocar seu plano em ação aos poucos. Era muito complexo, alguns diriam engenhoso. Não só iam fugir da impenetrável Alcatraz, mas também iam deixar para trás manequins que pareciam humanos!
Eles também tiveram que encontrar uma maneira de sair da ilha, evitando os guardas. Os guardas de Alcatraz não eram tão tolerantes quanto os guardas prisionais de hoje. Todas as tentativas de fuga eram recebidas com balas.
13. Ilusões
Cada membro da equipe tinha suas próprias responsabilidades, além de garantir que pudessem sair de suas celas na noite da fuga. Os irmãos Anglin foram responsáveis por cuidar dos manequins e deixá-los nas camas vazias da gangue.
Eles criaram as cabeças de manequim sem muito capricho, mas foi eficaz; foi desenvolvida a partir de cera, papel higiênico e cabelos humanos reais que eles roubaram do barbeiro de Alcatraz. Morris foi o encarregado de modificar um acordeão, como ferramenta para inflar a jangada e os coletes salva-vidas.
14. As escavações
Juntos, a equipe também criou ferramentas para escavar suas celas e desatarraxar os parafusos de ventilação. Eles foram extraordinariamente capazes de criar ferramentas a partir de qualquer objeto que roubassem, como colheres do refeitório e madeira da oficina.
Todos os dias, das 17h30 até cerca das 21h, eles trabalhavam em buracos de escavação suficientemente grandes para rastejar. Eles removeram a ventilação em suas celas e usaram brocas para fazer os furos maiores.
15. Alcatraz estava bem deteriorada
A boa notícia para a quadrilha era que a prisão já era velha e estava em decadência em vários lugares. A água salgada estava sendo usada em chuveiros e na máquina de lavar louça, que destruía as tubulações e atravessava as paredes da prisão.
Com o tempo, a água salgada corroeu o cimento, fazendo as paredes desmoronarem. A água também foi levemente aquecida para que os prisioneiros não se acostumassem às águas geladas da área da Baía de São Francisco.
16. Barulhos
Você provavelmente acha que alguém já deveria ter ouvido todo o barulho. Bom, eles não fizeram barulho! Graças às novas reformas prisionais no início dos anos 60, os presos tiveram direito a uma hora de música, o que criou uma cacofonia em toda a prisão.
Morris tocava seu acordeom bem alto sempre que podia, fazendo barulho suficiente para encobrir o barulho que estavam fazendo quando retiraram o cimento. Atrás das celas, onde os buracos estavam tomando forma, havia uma sala desprotegida com tubos subindo e descendo de ambos os lados.
17. O playground
A sala era normalmente um playground sem supervisão. Se eles fossem capazes de fazer buracos suficientemente grandes, poderiam subir, facilmente, os três andares que levavam ao telhado. Tudo o que eles teriam que fazer era rezar.
Uma vez no topo, eles tinham que chegar a uma das aberturas de ventilação no telhado. Muitos desses dutos foram cimentados no local para a decepção deles. Mas eles finalmente encontraram um que não era e puderam usar suas ferramentas para abri-lo.
18. O grande frisson
Em maio de 1962, os dois irmãos Anglin e Morris romperam as paredes de sua cela. Os buracos mal eram maiores do que o necessário para permitir que eles passassem, mas era só o que eles precisavam.
Conseguiram fazer a jangada e os coletes salva-vidas, amarrando e costurando juntos as capas de chuva. No total usaram mais de 50 capas de chuva. E isso com certeza era necessário, senão o grupo seguramente teria se afogado na baía.
19. O sinal
Agora que tudo estava pronto, bastava esperar que Allen West terminasse sua fuga e toda a equipe estava pronta para sair a qualquer momento. O sinal finalmente chegou em junho de 1962, mas infelizmente o plano não correu como ele esperava.
Em 11 de junho de 1962, Allen West deu o sinal para os outros membros da banda e que ele finalmente tinha um buraco largo o suficiente para todos. Mas o que aconteceu depois, ninguém poderia ter esperado. Quer dizer, talvez um deles.
20. O plano em ação
Logo após as luzes se apagarem naquele dia, a quadrilha decidiu colocar em ação seu plano de fuga de Alcatraz. Mas será que todos eles conseguiriam sair vivos? Essa foi a pergunta que torturou suas mentes. Mas o desejo de viver uma vida de liberdade fora da prisão era muito mais excitante.
Eles estavam dispostos a fazer qualquer coisa para sair de Alcatraz, mesmo que isso significasse arriscar suas vidas. A adrenalina estava bombeando em suas veias naquela noite, só de pensar em sair. Depois que as luzes se apagaram naquela noite, eles rapidamente montaram seus manequins e saíram de suas celas.
21. O plano estava indo mal
Os irmãos Anglin e Morris conseguiram sair facilmente de suas celas, mas Allen West teve dificuldades. Mesmo tendo informado ao grupo que seu buraco era grande o suficiente para sair, ele aparentemente avaliou mal o tamanho e deveria ter feito um buraco um pouco maior.
Frank Lee Morris tentou ajudar West o máximo que pôde, mas o cimento não se movia. Por volta das 21h30, eles chegaram à conclusão de que West deveria ser deixado para trás. Esse foi um dos momentos mais difíceis da fuga.
22. Um ficava para trás
Deixar um membro da equipe para trás não foi certamente uma decisão fácil, especialmente depois de meses de trabalho conjunto. Mas o grupo não tinha muitas opções. Se eles fizessem muito barulho para alargar o buraco na cela do West, poderiam ter chamado a atenção dos guardas.
Então West se sacrificou pela equipe. E ele poderia até mesmo ajudá-los iluminando a jangada. A partir daí, o grupo de 3 homens começou sua subida. Eles subiram 10 metros de encanamento.
23. Descendo
Morris e os irmãos Anglin vieram de sua cela para o telhado com bastante facilidade. Com o coração batendo, eles continuaram e andaram 30 metros no telhado antes de iniciar sua descida. Os três desceram 16 metros pela lateral da tubulação do prédio antes de chegar ao solo.
Eles caíram no chão perto dos banheiros e tiveram que passar silenciosamente pelos guardas. O bando de três conseguiu não levantar a suspeita de um único guarda sequer ao chegar à costa, onde pararam para inflar sua jangada e colete salva-vidas.
24. Alarme
Essa teria sido a última vez que Frank Lee Morris e os irmãos Anglin, John e Clarence foram vistos. Eles se sentaram em sua jangada por volta das 23h30 e não se ouviu mais falar deles. Só na manhã seguinte é que foram dados como desaparecidos.
Muito cedo pela manhã, todos os presos de Alcatraz foram despertados por sirenes bem altas. A maioria deles não sabia do que se tratava. Ninguém imaginava que alguém tivesse escapado da Rocha. Era impenetrável. Mas logo souberam que três de seus detentos haviam de fato escapado.
25. Tarde demais
Allen West pode ter sido deixado para trás, mas ele não desistiu. Ele continuou cavando para que o buraco em sua cela fosse grande o suficiente para que ele conseguisse passar, e ele finalmente conseguiu. Entusiasmado, ele correu atrás dos outros três.
West conseguiu sair de sua cela e subir ao telhado, mas quando chegou, os outros três já estavam longe há muito tempo. Ele se deparou com duas situações: cair no mar sem jangada, uma façanha que o teria matado, ou retornar à sua cela.
26. Esperou até de manhã
Allen West finalmente escolheu relutantemente voltar para sua cela e esperar até a manhã, quando a fuga dos três detentos foi descoberta. Pela manhã, os alarmes dispararam e toda a prisão foi revistada.
West cooperou com as autoridades, contando-lhes tudo o que sabia. Será que ele teria dito toda a verdade? Nunca conseguiremos descobrir. Ele lhes confidenciou que os outros três tinham ido para a Ilha dos Anjos e uma vez lá, o plano deles era roubar um carro, algumas roupas e se separar.
27. Um problema
Havia um problema com a declaração de West. Nenhum roubo de carro tinha sido relatado naquela área, nem mesmo nos 20 dias após a fuga. Eles podem ter atracado em outro lugar por engano ou por escolha, ou Morris e os irmãos Anglin não se safaram.
West também disse às autoridades que ele era o cérebro por trás da ideia, que ele era o mentor desse plano genial. O FBI foi chamado e uma investigação começou a descobrir se o trio havia sobrevivido.
28. As águas geladas
Após uma longa busca, nenhum corpo foi encontrado, embora alguns de seus pertences tenham sido encontrados flutuando nas águas da baía. A temperatura da água teria ficado entre 10 a 12 graus na noite da fuga. A Baía de São Francisco é conhecida por ter as águas muito frias em qualquer época do ano.
Especialistas concluíram que um homem adulto poderia sobreviver mais de 20 minutos nessas águas geladas antes de suas funções vitais serem afetadas. Os detentos também não conseguiram durante o cárcere se adaptar à temperatura das águas geladas, pois as águas da prisão foram intencionalmente mantidas mais quentes.
29. Um possível corpo
Cerca de um mês após a fuga, um cargueiro norueguês relatou um corpo a cerca de 27 km da ponte Golden Gate. O corpo estava usando roupas semelhantes às usadas pelos prisioneiros em Alcatraz. A informação chegou tarde, o que os impediu de encontrar o corpo.
As investigações continuaram por anos sem sucesso, até que finalmente em 31 de dezembro de 1979, 17 anos após a fuga, o FBI encerrou a investigação. O FBI concluiu que os detentos provavelmente tinham se afogado na área da Baía de São Francisco. No entanto, inúmeras pistas em sentido contrário haviam surgido na época.
30. Um cartão de Natal
O History Channel revelou em um documentário de 2015 que os irmãos Anglin conseguiram escapar. Dando como um exemplo da sua fuga, eles mostraram os cartões de Natal recebidos pela família onde a escrita foi confirmada como sendo deles. Mas não tinha detalhado uma data de entrega.
A família Anglin também mostrou uma fotografia dos dois irmãos tirada no Brasil em 1975. Especialistas forenses analisaram a imagem e concluíram que era “mais que provável” que fossem John e Clarence Anglin.
31. Em contato
Outra evidência do sucesso da fuga foi uma confissão no leito da morte por um dos irmãos Anglin, Robert. Ele confessou que esteve em contato com John e Clarence de 1963 a 1987, antes de não saber mais sobre eles.
Membros da família Anglin foram desaconselhados a procurar por seus irmãos no Brasil, já que sua fuga de Alcatraz continuava sendo uma investigação ativa da Interpol. E que, se fossem encontradas, as penalizações seriam severas.
32. Onde eles teriam vivido?
A chocante carta de 2013, que dizia ser de John Anglin, parecia confirmar e negar muitos dos rumores espalhados ao longo dos anos. “Sim, nós fizemos naquela noite, somente! … Eu tenho 83 anos e estou em uma situação ruim. Eu tenho câncer”, disse a carta. “Frank faleceu em outubro de 2008. Seu túmulo está na Argentina sob outro nome. Meu irmão morreu em 2011.”
Mais abaixo na carta, o autor, que afirma ser John Anglin, revelou os lugares onde ele viveu após sua fuga de Alcatraz. “Esta é a verdade real e honesta. Eu poderia dizer que durante sete anos vivi em Minot, Dakota do Norte e um ano em Fargo”, completou. Partes da carta eram ilegíveis, mas um relatório da BBC interpretou que ele teria vivido como ele escreveu “a maior parte dos meus anos de fuga” em Seattle. As informações descobertas no resto da carta acabaram sendo uma bomba.
33. O sonho californiano
A carta do suposto John Anglin terminou simplesmente dizendo que ele morava atualmente no sul da Califórnia. Era possível que o criminoso que havia conseguido a fuga mais ousada da história vivesse a apenas algumas horas de São Francisco?
O homem da carta, que disse que estava com a saúde precária, esperava, através dessa confissão, conseguir ajuda, mesmo que isso significasse voltar para a prisão. Ele tentou negociar um acordo nada comum com as autoridades policiais. Será que eles concordariam com as exigências dele, para cessar as dúvidas sobre uma das maiores fugas da história?
34. Façamos um acordo
A carta dizia: “Se vocês anunciarem pela televisão que não irei para a prisão por mais de um ano e que receberei cuidados médicos, vou te dizer exatamente onde estou. Isto não é uma brincadeira…”
Antes que eles pudessem responder às solicitações, as autoridades policiais tinham que investigar a carta. Ele começaram analisando cada detalhe cuidadosamente para ver se poderiam encontrar qualquer outra pista.
35. Hora de conferir
De acordo com a polícia dos Estados Unidos, o laboratório do FBI teria examinado cuidadosamente a carta para detectar quaisquer vestígios de DNA ou impressões digitais deixados no papel. Eles também compararam amostras de caligrafia com cartas que os três homens tinham escrito na prisão. E o que eles encontraram?
A estação de televisão local da CBS em São Francisco, KPIX, publicou a carta, relatando que “os resultados do FBI foram inconclusivos”. Um dos especialistas em segurança sentiu que as respostas do FBI eram muito vagas para dar autenticidade à letra.
36. Sem descanso
No passado, os investigadores americanos disseram que era “possível” que os três homens tivessem sobrevivido após a fuga. Porém, após a publicação da carta, em janeiro de 2018, um representante do FBI disse ao Washington Post que não acreditava que a carta fosse legítima.
De acordo com o a mesma matéria do Washington Post, parece que a polícia teria continuado a investigação até que pudesse provar suas mortes. Entretanto, quando a investigação do FBI foi encerrada, em 1979, foi relatado que, após longos 17 anos de buscas, não tinham encontrado provas confiáveis de que esses homens ainda estivessem vivos, nem nos Estados Unidos nem no exterior.
37. A resposta da polícia
A carta só foi revelada publicamente após a descoberta do canal local da CBS de São Francisco, KPIX, mostrando uma cópia da carta como recebida de uma fonte desconhecida. A polícia teve que dar uma explicação após a publicação da carta.
“Não há absolutamente nenhuma razão para acreditar que qualquer um deles teria mudado seu estilo de vida completamente e se tornado um ‘cidadão modelo’ após a fuga”, disse a polícia. Lembre-se que a polícia foi a única que deixou o caso em aberto e continuou a investigar. A opinião deles é, portanto, importante. Será que alguma vez saberemos realmente o que aconteceu? Temos mais pistas.
38. Um caso encerrado
Em 2014, uma equipe de pesquisadores conseguiu calcular, usando um modelo computacional, que se os três detentos tivessem saído por volta da meia-noite, as correntes marítimas poderiam ter funcionado a seu favor e provavelmente teriam sobrevivido. Então o que realmente aconteceu?
“Ainda há um mandado de prisão e não vamos desistir da busca”, disse o representante da polícia à NPR – Rádio Pública Nacional em 2009. De fato, ainda haveria muito a ouvir daqueles que escaparam de Alcatraz.
39. O último homem a sair de Alcatraz
Jim Albright foi o último guarda a sair de Alcatraz. Ele deu uma entrevista reveladora à AB7 São Francisco, em março de 2018, durante o 55º aniversário do encerramento da prisão. Perguntaram-lhe se pensava que os presos poderiam ter sobrevivido ou se afogado, com base no seu conhecimento sobre o local.
“Depende se você me perguntar ou se você perguntar à mãe deles. Eu sinceramente acho que eles se afogaram”, disse Albright na entrevista. Ele também acredita que o autor da carta afirmando ser John Anglin é simplesmente alguém tentando obter tratamento para o seu câncer e não o verdadeiro homem em fuga.
40. E hoje…
No entanto, até hoje, ainda não há evidências de que Frank Lee Morris, John Anglin e Clarence Anglin tenham sobrevivido à fuga de Alcatraz. E ninguém sabe se a polícia entrou em contato com o autor da carta novamente. Se os três fugitivos estivessem vivos, John Anglin teria 86, Clarence Anglin teria 87 e Frank Morris teria 90.
Acontece que, mesmo na idade deles, eles ainda serão responsáveis por seus crimes por pelo menos mais uma década. Se você se divertiu descobrindo a verdadeira história por trás da grande fuga de Alcatraz, compartilhe esse artigo!