Infelizmente, o tráfico ilegal de animais é uma realidade em vários países. Os animais são retirados da natureza, comercializados e vão parar na casa de famílias. São poucos que conseguem ser resgatados e têm a chance de retornar para o habitat natural, como aconteceu com o filhote de chimpanzé Mussa.

O filhote de primata foi salvo pelo centro de proteção animal na República Democrática do Congo, e o responsável por isso foi o piloto Anthony Caere. Continue lendo o artigo para se emocionar com essa linda história de gratidão e amizade entre homem e animal.

O “piloto gato”
O verdadeiro nome do #pilotogato, como os usuários do Twitter rapidamente o apelidaram, é Anthony Caere, e este não foi seu primeiro resgate animal.

De acordo com um post de blog no site do parque nacional Virunga, Caere é um belga que dirige a ala aérea de quatro aviões do parque e serve como um “irmão mais velho no céu” para os seus guardas florestais.

Vida de piloto
As funções de Caere incluem o apoio às patrulhas anti-roubo dos guardas florestais, a vigilância dos recenseamentos da vida selvagem, a inspeção dos locais de caça furtiva e a realização de evacuações médicas.

Ele apareceu em um programa de documentário belga chamado “Flying Doctors”, que seguiu três médicos que ajudaram os guardas florestais em Virunga. (Ele também sobreviveu a um grande acidente anos atrás).
Mas o seu maior momento entre os holofotes do público aconteceria a seguir.

O vídeo que virou viral
Lwiro Primates, um centro de reabilitação e santuário para cerca de 200 chimpanzés e macacos órfãos no Congo, compartilhou um vídeo com um resgate de chimpanzés bebês.

Nele, o pequeno chimpanzé Mussa se senta no colo de Anthony, que está levando ele de helicóptero do Parque Nacional Virunga para a segurança do santuário. Todos perceberam o laço que imediatamente foi formado entre Mussa e Anthony, como você verá a seguir.

Amor, carinho, sonecas e caça ao piolho
O vídeo que foi feito durante o deslocamento e os cuidados que o piloto teve com o animal rapidamente comoveram as redes sociais.

Anthony preferiu não prendê-lo numa jaula, deixando-o solto dentro do avião. Na maior parte do tempo, Mussa ficou sentado no colo do piloto, recebendo carinho, tirando uma soneca e até tendo seus piolhos retirados.

Viagem divertida
O vídeo chamou tanta atenção para o nosso piloto barbudo quanto para o adorável chimpanzé. E esse sucesso foi em parte pela pelo jeito gentil e carinhos do “piloto gato”.


Ele acalma Mussa durante o voo com um silencioso “shh”, faz carinho no chimpanzé e supervisiona enquanto o bebê toca um botão no painel de instrumentos da aeronave.
Não é a coisa mais fofa?

Triste realidade 
Após o vídeo ter se tornado viral, o piloto logo se preocupou em passar uma mensagem séria por trás desse momento fofo.


“Infelizmente, sua família está morta”, escreveu ele e o perfil de Lwiro em um comentário no Facebook. “Não sabemos quantos, talvez apenas a mãe, mas provavelmente vários membros de sua família foram mortos”.

A amizade
Porém, era nítido que Anthony e Mussa logo se tornaram amigos durante o seu encontro. Anthony publicou o vídeo em seu Instagram com a legenda:

“Nós levamos o bebê Mussa para sua nova casa em Lwiro Primates. Isso parece bonito, mas na verdade é uma história triste. Ele deveria estar com sua mãe… Mas felizmente podemos oferecer um novo lugar! Obrigada a toda equipe!”.

Amigo de todos
Assim que pousaram, o chimpanzé também correu para os braços de outros funcionários do santuário.

Como você pode ver na foto, o chimpanzé ganhou calorosas boas vindas de funcionários do Centro de Reabilitação de Primatas de Lwiro (CRPL), onde ele foi atendido antes de voltar a seu habitat natural.

O chimpanzé mais simpático
A página do santuário também postou um vídeo, dessa vez falando sobre o estado de saúde de Mussa.

Segundo eles, o chimpanzé passa bem, adora comer tomates e criou fortes laços com seus companheiros locais. Todos os cuidadores esperam que um dia o primata possa voltar à natureza.

Atenção para a causa
A página também fez um alerta a respeito do tráfico de animais e as consequências de quem decide contribuir com este mercado.

“Esperamos sinceramente que esta história ajude a criar alguma consciência sobre o tráfico desses bebês na África”.
Mensagem importante!

Definitivamente, um macaco de sorte
Mussa é um exemplo de bebê chimpanzé que foi tirado da natureza por caçadores. Ele teve sorte e foi resgatado antes de ser comercializado no Congo.

Felizmente para nós também, o voo dos dois foi registrado em vídeo e é a coisa mais adorável. Mussa ganhou carinho, cafuné e ainda brincou de copiloto. A dupla parece ter ficado bem próxima.

O centro de reabilitação
O Centro de Reabilitação de Primatas de Lwiro (CRPL) está localizado a 4km do parque nacional Kahuzi-Biega, também no Congo.

A área está classificada desde 1997 como patrimônio mundial em perigo de extinção e é considerada um dos mais importantes lugares de conservação para chimpanzés. A organização conta com 46 profissionais para cuidar de diferentes espécies de primatas no Congo.

Os bebês primatas
Segundo a entidade, bebês primatas, assim como humanos, são muito ligados às mães. No
caso de chimpanzés, eles ficam próximos às mães até os cinco anos de idade.

“A maioria dos chimpanzés chega ao Centro de Reabilitação de Primatas de Lwiro (CRPL) com menos de três anos. Em geral, eles tiveram a mãe morta e foram separados dela ainda bebês”, diz o site da entidade.

Mais parecidos com humanos do que com gorilas
Além da pequeníssima diferença de 0,6% entre o DNA humano e o de um chimpanzé, algumas características comportamentais também são bem semelhantes.


Eles disputam por território, inclusive, utilizando pedras e galhos como armas e sabem fazer “política”. Isso mesmo: alguns chimpanzés buscam frutas e “doam” para outros membros do grupo com o intuito de ganharem votos numa próxima eleição para líder.

Vida em grupo
Os chimpanzés podem viver em grupos de até 70 indivíduos e 90% de suas andanças são feitas pelo chão. Como nós, eles têm 32 dentes e nítidas expressões faciais para todo tipo de emoção como alegria, raiva, depressão e medo.

A comunicação sonora, repleta de gritos e urros, é uma das mais ricas entre os primatas. Eles usam mãos e braços em seus cumprimentos, se beijam e também ficam com os pelos grisalhos na velhice.

A indústria do tráfico
Capturar um chimpanzé bebê implica matar seus pais e muitas vezes outros adultos em seu grupo social.

A horrível indústria do tráfico de animais selvagens tornou-se uma ameaça crítica à existência dos primatas africanos, todos eles ameaçados.
Felizmente, a história de Mussa teve um final feliz.

Um animal cultural
O chimpanzé é um animal cultural, com tradições e comportamentos aprendidos e transmitidos em suas quatro subespécies.

Ele se estende em todos os seus habitats –cada vez mais ameaçados–, desde Uganda ou Tanzânia, para além da falha do Rift, até a Guiné-Bissau e a Guiné (Conacri), na região mais ocidental.

A pressão humana
De acordo com estudos, quanto maior e mais próxima for a pressão da atividade humana –desmatamento, estradas, etc–, mais perdem a capacidade de reproduzir condutas culturais.

No pior dos casos, é possível que se extingam sem que possamos estudá-los e conhecer suas condutas adquiridas pela aprendizagem e que podem ser tão valiosas do ponto de vista antropológico.

Final feliz
Os funcionários do santuário afirmam que chimpanzé Mussa passa bem, adora comer tomates e criou fortes laços com seus companheiros locais. Os cuidadores esperam que um dia ele possa voltar à natureza.

Esperamos que esse linda história com final feliz possa conscientizar as pessoas sobre os perigos do tráfico de animais e também sobre a importância do trabalho de santuários como o que acolheu Mussa.